No artigo anterior – sobre os grupos eletrogéneos especiais que estamos exportando a Nova Zelândia para telecomunicações – mostrámos o mapa de TeleGeography, global e interativo, de cabos de fibra ótica submarinos que nos permitem acessar dados que estão armazenados em qualquer parte do mundo. Hoje vamos tratar deste tema em maior profundidade, passo a passo.*
* Pode-se aceder à fonte citada ao clicar qualquer imagem do texto.

http://www.submarinecablemap.com/
Como é a estrutura de Internet fisicamente?
Por vezes, quando falamos de Internet, nos referimos a ela como algo etéreo; tão virtual que parece que não “exista”. No entanto, Internet tem sua “corporalidade”, uma aparência física. A empresa Peer 1 hosting desenvolveu uma aplicação que permite visualizar a rede em 3D, onde mostra-se como estão relacionados entre si todos seus sistemas independentes e como estes componentes interagem para conectar o mundo. A ferramenta é atrativa por si só, mas tem ainda um interesse educativo: poder apreciar a evolução da Internet desde 1994 até os dias de hoje, a mostrar os efeitos que acarretaram, por exemplo, a entrada em jogo de Facebook e Google. Estivemos a provar a aplicação no telemóvel e é surpreendente: qualquer pessoa pode achar no mapa a sua localização atual, buscar onde encontram-se as empresas mais conhecidas, assim como os seus domínios, gerar um roteiro até os pontos de conexão da rede, visualizar as expectativas para a projeção da configuração de Internet para 2020 (a utilizar os algoritmos da aplicação com base nos dados atuais), ser informado dos acontecimentos mais destacados que marcaram Internet, etc. A aplicação é gratuita e pode ser descarregada na App Store ou em Google play. Um trabalho maravilhoso para compreender como funcionam as redes que compõem a internet em sua totalidade.
Assim de ativos somos na Internet
Antes de continuar com o tema, lhes apresentamos um vídeo para visualizar claramente a atividade constante de nossos IPs. Ao ser uma imagem dinâmica, nos mostra o mapa do mundo como se estivesse salpicado por milhões de fogos de bengala. Um espetáculo.
Visualização do tráfego das webs mais populares com diagramas de Voronoi
Esta aplicação nos permite ver num plano dinâmico como evoluciona o tráfego web, mês a mês, nas webs mais visitadas e como o mesmo aumenta ou diminui em relação aos demais. As páginas webs estão distribuídas por setores e cada uma (Amazon, LinkedIn, YouTube, Twitter, eBay, etc.) aparece no mapa como uma região, com uma cor que a diferencie. Os diagramas se distinguem em função das percentagens mensais.
Esta é a forma como se vê a distribuição por áreas do tráfego correspondente a setembro de 2013.
O mapa de Internet, o que tem de distinto?
Como qualquer outro mapa, é um esquema que mostra a posição relativa de objetos. A diferença com relação aos mapas reais, como o da Terra, ou com mapas virtuais, como o de Mordor, é que os objetos que mostra não estão alinhados sobre uma superfície. Este Mapa de Internet, matematicamente, é uma representação bidimensional dos links entre webs. Cada web está representada por um círculo, e seu tamanho é determinado pelo tráfego que recebe. As conexões que realizamos como usuários, de uma página a outra, os links que determinam o vínculo e a distância entre os círculos.
Os interessantes mapas que Akamai gera com os dados armazenados
A plataforma Akamai, que é responsável de 15 a 30% do tráfego web mundial, elabora, com os dados que recopila, mapas que nos ajudam a entender o que ocorre na Internet e qual é nosso comportamento; uma informação que até há pouco somente tinham acesso os seus clientes e que agora está disponível publicamente: o número de ataques/vírus às webs, a velocidade dos dados entre as principais cidades, etc.
No modo de visualização “Traffic” vemos os níveis do tráfego nos servidores que Akamai possui em “Data Centers” de todo o mundo. Os dados englobam as tentativas de conexão por segundo, ao vivo, e o total de páginas vistas por minuto. As consultas podem ser feitas em qualquer ponto geográfico.
Na imagem acima, extraída da web de Akamai, vemos os dados de ataques correspondentes a este passado mês de junho.
Acima, uma outra forma de visualização que mostra as regiões mais atacadas, as cidades com conexões mais lentas (latência) e as áreas geográficas com maior densidade de tráfego web.
Na imagem abaixo, uma vista do mapa sobre o uso de internet pela indústria.
A Universidade de Oxford está “mapeando” Internet
A página web Information Geographies do Instituto Oxford de Internet está “mapeando” a rede: encontramos desde uma abstração (imagem abaixo) da rede global submarina de cabos de fibra ótica como se fosse o mapa do metro de uma cidade, até o Mapa Geográfico do Conhecimento de Freebase (a base de dados estruturados para a gestão do conhecimento, com licença Creative Commons, comprado pela Google em 2010). Esta web também merece uma visita.