Telecomunicações por satélite e por cabos submarinos
Ao contrário do que se costuma pensar, há tempos que as comunicações internacionais já não dependem em sua maioria dos satélites: são transmitidas em 99 % dos casos por cabos submarinos. Os satélites na verdade são utilizados especialmente para que as comunicações cheguem em zonas rurais e remotas. De facto, muitas zonas que até agora estavam cobertas por satélites, como alguns países africanos ou pequenas ilhas, começam a receber “cabos”. Entre os principais pontos geográficos do mundo, toneladas de cabos que formam circuitos alternativos foram estendidos e possibilitam continuar a oferecer serviço de internet em caso de desastres naturais ou quando ocorrem danos pela ação do homem. Na imagem abaixo vemos o famoso Mapa de Cabos de Greg, também interativo.
Skybox Imaging + Google
Google, em compensação, tem o interesse de facilitar o acesso a todos esses pontos do planeta que ainda não contam com a internet, já que o seu negócio se baseia em grande parte na quantidade de usuários que possa alcançar. Recentemente, a companhia comprou Skybox Imaging, uma empresa que, entre outros produtos, desenvolveu e lançou o menor satélite do mundo de alta resolução, o qual capta imagens e vídeos de nosso planeta a diário. É impressionante interagir com a web e ver como as imagens têm relação com a informação que dispomos sobre elas.

http://www.skyboximaging.com/
Dados do Banco Mundial sobre usuários de Internet
A página web do Banco Mundial facilita os dados sobre o número de usuários de internet de 1980 a 2013. A informação está ordenada por países e pode ser consultada em três modos: tabela, mapa e gráfico.
Redes de telecomunicações próprias contra a espionagem
Quando falamos sobre as telecomunicações atuais, não podemos ignorar a espionagem tecnológica que foi destapada, fundamentalmente, pelo “escândalo Snowden”. Muitas empresas privadas de diferentes setores colaboraram, de forma voluntária ou forçada, com a NSA (a AgênciaNacional de Segurança de Estados Unidos) para que esta conseguisse realizar o seu programa de espionagem cibernética massiva. Como consequência das filtrações, alguns governos e organizações internacionais decidiram montar as suas próprias redes de telecomunicações. De acordo com o artigo “Vigiados por omissão” publicado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Espanha (texto em espanhol), “A imensa maioria dos 900.000 quilómetros de cabos submarinos que recorrem todo o planeta e que possibilitam nossas conexões a Internet têm pontos de entrada e de saída no Reino Unido –onde o GCHQ (Global Communications Headquarters) não só pode revisar os fluxos de informação, senão que ainda pode comparti-los com a NSA– ou com as costas Este e Oeste de Estados Unidos, onde a Agência tem infraestruturas, capacidades ou convénios de vigilância. Evidentemente, isto significa que estes dois países podem controlar em grande parte –se supõe que mais de 90 %– do tráfego mundial de dados e utilizar a informação que passa por ali para obter vantagens de caráter político, estratégico, militar, industrial ou comercial”.
Do telégrafo à banda larga e de olho no futuro
No passado 17 de maio foi comemorado o Dia Mundial da Sociedade da Informação (DMTSI). A data homenageia o aniversário da assinatura do primeiro Convénio de Telégrafos Internacional e a criação da União Internacional de Telecomunicações. O objetivo deste dia é chamar a atenção sobre o papel de Internet e de outras tecnologias da informação e da comunicação (TIC) na sociedade e na economia, bem como reduzir a exclusão digital no mundo. Para isso, é fundamental seguir desenvolvendo infraestruturas de banda larga, acessíveis universalmente e fazer com que as TIC possam ser utilizadas de maneira inovadora com o intuito de melhorar os serviços de saúde, educação, comércio, etc. No vídeo abaixo, num discurso de Hamadoun Touré, secretário geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT) –o principal organismo das Nações Unidas especializado em TIC–, podemos escutar a sua mensagem com motivo desta celebração. Queremos, com suas palavras e as de Vint Cerf, considerado o pai da Internet (atualmente dedicado a expandir o seu acesso), terminar este repasso pelos mapas do século XXI.