Reunimos os dados mais relevantes dos últimos relatórios publicados pela BP e pela Comissão Europeia
- O último relatório publicado pela empresa BP, o BP Statistical Review of World Energy 2012, destaca as alterações nos abastecimentos, além de uma demanda cada vez maior, como os grandes aspetos notáveis sobre a energia em 2011
- O próprio relatório chega à conclusão que os mercados energéticos abertos são a chave para garantir a estabilidade
O mundo enfrentou um ano abalado por desastres naturais e revoluções sociais
Exatamente da maneira que apresenta o resumo da BP, eventos como a “primavera árabe”, o acidente de Fukushima no Japão e as inundações na Austrália, a citar apenas alguns fatos que abalaram o cenário energético internacional, afetaram o abastecimento de petróleo e gás, a energia nuclear e a produção de carvão. Como resultado, o preço da energia subiu na maior parte do mundo. O preço do petróleo, por exemplo, bateu o seu recorde histórico ao alcançar uma média superior a US$ 100 por barril. No entanto, durante a apresentação do relatório, Christof Rühl, economista-chefe da BP, declarou: “Apesar disso, não há nada nestes dados que indique algo fora do esperado. De fato, tanto o PIB como o crescimento do consumo de energia resultaram correlativos com a sua média de longo prazo.”
Rühl explicou as três causas que fizeram possível o funcionamento do sistema: a substituição de combustíveis, as respostas à demanda e ao abastecimento e os fluxos comerciais. “Um aumento na oferta de petróleo, a ser o mais significativo o que vem da Arábia Saudita, ao mesmo tempo que a flexibilidade na comercialização e o sistema mundial de refinação, a permitir ao petróleo cru saudita substituir o petróleo líbio mais leve na Europa; um desvio do gás natural procedente da Europa para a Ásia possibilitou substituir a perda de energia nuclear no Japão, sem que isso danificasse as necessidades energéticas de outras economias na região. Além disso, a libertação de carvão dos EUA facilitada pela disponibilidade de gás não convencional contribuiu para a substituição do gás na Europa”, conclui.
O crescimento global do consumo de energia em 2011 foi de 2,5%. A demanda dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) se limitou a aproximadamente 0,8%. No entanto, ocorreu um crescimento de 5,3% nas economias emergentes. “Enquanto gerimos as alterações a curto prazo e cobrimos a demanda a longo prazo, devemos lembrar que os mercados abertos podem ser um aliado poderoso. Na verdade, eles proporcionaram a flexibilidade que foi crucial para o mundo poder enfrentar as alterações deste último ano. Desta forma, os mercados causam uma reação em cadeia de competição, inovação e crescimento, o que acarreta em abastecimentos de energia seguros e acessíveis buscados pelos governos e consumidores.” Destaca Bob Dudley, diretor executivo do Grupo BP, na apresentação do Statistical Review. “Um ambiente aberto e competitivo leva à inovação tecnológica e à libertação de recursos. Acredito que a lição para os reguladores é seguir este modelo e incentivar a concorrência sempre que possível”, acrescentou Dudley ao referir-se à queda dos preços de gás natural nos Estados Unidos devido à produção de gás de xisto.
A energia e a economia
- Embora a economia internacional tenha crescido em 2011 mais lentamente que em 2010, em ambos os casos se aproxima à média de crescimento dos últimos dez anos. É importante destacar que as economias que não participam da OCDE superaram esta média, a serem responsáveis por quase três quartos (73%) do crescimento global.
- Estados Unidos continua com tendência de recuperação paulatina pós-crise. Em compensação, Europa continua obstaculizada devido aos problemas da zona euro.
- O crescimento da energia primária é confirmado pelas ocilações dos últimos anos.
- O crescimento do consumo energético dos países de fora da OCDE (5,3%) se manteve na mesma tendência do ano anterior, enquanto o da China aumentou 8,8 %. Por outro lado, o consumo energético da OCDE diminuiu 0,8% apesar do crescimento médio do PIB. Esta situação pode ser explicada por três motivos: o impacto dos preços elevados do petróleo em todo o mundo, assim como o de carvão e de gás fora dos Estados Unidos; o impacto de Fukushima (Japão é a terceira maior economia mundial e viu seu consumo energético cair 5%), e o fato do clima Europeu ser cada vez mais quente.
Tabela com o resumo dos principais valores
Dados mundiais do último relatório da Comissão Europeia
Por sua vez, a Comissão Europeia recentemente publicou um resumo de seu relatório anual sobre energia. Esta publicação (Statistical pocketbook 2012) oferece uma visão geral das estatísticas mais relevantes em matéria de energia no mundo até 2009, dados que trataremos de analisar mais adiante neste artigo.
Além disso o relatório inclui, entre outras informações úteis, dados específicos sobre os 27 Estados membros da União Europeia até 2010 (ver no anexo a pesquisa completa, em inglês).
1.1. Produção de energia no mundo por regiões
1.2. Produção de energia no mundo por regiões em 2009 (%)
1.3. Produção mundial de combustíveis
1.4. Produção mundial de combustíveis em 2009 (%)
1.5 . Consumo interno bruto por região***
1.6. Consumo mundial final de energia por região***
1.7. Consumo interno bruto por região em 2009 (%)
1.8. Consumo mundial final de energia por região em 2009 (%)
1.9. Geração de energia no mundo por tipo de combustível
1.10. Geração de energia no mundo por tipo de combustível em 2009
1.11. Evolução da geração de energia no mundo por tipo de combustível (mtep)
*Carvão e outros combustíveis sólidos.
**Petróleo e produtos derivados.
*** A quantidade total de recursos energéticos consumidos em um país ou região para qualquer uso (seja para uso final ou para a sua transformação em outra forma de energia) é denominada “consumo de energia primária”. Neste consumo pode incluir-se ou não a energia empregada para usos não energéticos (por exemplo, para a fabricação de plásticos a partir do petróleo). O consumo interno bruto de energia primária é calculado a partir da produção interna de energia, a adicionar as importações netas de recursos energéticos primários e a restar as exportações destes recursos. As unidades de medida mais habituais são toneladas equivalentes de petróleo (tep) e seus múltiplos (ktep e mtep).
O relatório de BP em anexo (em espanhol e inglês), além das conclusões, apresenta os dados por tipo de combustível, assim como o relatório da Comissão Europeia (em inglês).